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quarta-feira, 24 de novembro de 2010

24/11/2010

Mantega reafirma metas de inflação para 2011 e 2012

Ministro da Fazenda afirmou que 2011 será um ano de consolidação fiscal e de contenção das despesas de custeio

 
    Adriana Fernandes, Fabio Graner e Célia Forufe, da Agência Estado
    BRASÍLIA - Num discurso de reafirmação do tripé da política macroeconômica do Brasil, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, assegurou nesta tarde que o Banco Central terá autonomia para atingir a meta prevista de inflação. Ele destacou, na sua primeira entrevista á imprensa como ministro oficialmente indicado para o próximo governo, que a inflação sob controle é um dos pontos importantes para o governo.
    Ele reafirmou o sistema de metas de inflação, destacando que o governo vai perseguir a meta de 4,5% prevista para os próximos dois anos. "Essa é a inflação que vamos perseguir", disse Mantega, acrescentando que o BC tem competência para isso. "O BC tem a competência e autonomia".
    Consolidação fiscal
    O ministro da Fazenda afirmou que 2011 será um ano de consolidação fiscal e de contenção das despesas de custeio. Em tom enfático, Mantega disse que chegou o momento na economia brasileira de reduzir os gastos do governo e realizar um novo movimento anticíclico. Nesse movimento, o governo recua na contenção de gastos para abrir mais espaço de demanda do setor privado.
    Mantega ressaltou que em 2008 o governo fez um superávit primário maior que o previsto na meta, o que permitiu a criação do Fundo Soberano do Brasil (FSB), com recursos do esforço fiscal mais elevado. Com a crise mundial, no entanto, destacou Mantega, o governo reduziu o superávit primário para permitir uma recuperação mais rápida da economia brasileira.
    Na primeira entrevista, Mantega insistiu que agora é a hora de reduzir os gastos, o que permitirá uma queda mais rápida na taxa de juros. Ele também assegurou que o BNDES receberá menos recursos do Tesouro Nacional, abrindo espaço para o setor privado fazer empréstimos de longo prazo.
    Mantega alertou, no entanto, que esse processo de consolidação fiscal corre risco se forem aprovadas propostas de vários aumentos de gastos, como a PEC 300, do aumento dos policiais, que custará R$ 46 bilhões; o aumento do salário dos servidores do Judiciário; o reajuste maior para os aposentados que ganham mais de um salário mínimo; o aumento do mínimo em 2011 acima do já previsto, e outras propostas.
    Ele disse que espera que o Judiciário, Legislativo trabalhem junto com o Executivo nesse processo de contenção dos gastos.
    Mantega afirmou que o objetivo do novo governo é que a dívida pública brasileira atinja 30% do PIB até 2014, "Hoje está em 41% do PIB. Já foi mais alta", disse durante o primeiro pronunciamento após ter seu nome confirmado por Eduardo Cardozo, que trabalha na equipe de transição do governo. Segundo Cardozo, os ministros farão um rápido pronunciamento e, em seguida, cada um responderá cinco perguntas. Além de Mantega, também estão presentes Alexandre Tombini, que ficará na presidência do Banco Central, e Miriam Belchior, que comandará a Pasta do Planejamento.
    "Queremos um crescimento que não gere dívida pública e não aumente endividamento do Estado e não gere inflação", disse Mantega. Só assim, segundo ele, o crescimento será sustentado. "O desenvolvimento será apoiado na solidez fiscal. Isso significa que vamos manter superávits primários que permitem reduzir déficit nominal e dívida pública brasileira."
    O ministro ressaltou também que o novo governo deseja a manutenção do "crescimento de qualidade", aumentando os investimentos e fortalecendo o mercado interno, de modo a gerar milhões de emprego. "Esta é uma das prioridades máximas da equipe econômica." Ele salientou que mais de 2,4 milhões de empregos com carteira assinada foram criados em 2010. "Em quatro anos, vamos continuar gerando empregos e combater a miséria. O objetivo de Dilma é erradicar a miséria em quatro anos."
    União Europeia
    O ministro da Fazenda afirmou que os problemas da economia europeia não são uma ameaça para o Brasil, mas acabam tendo repercussão na economia brasileira. Ele também reiterou que não permitirá que a manipulação de câmbio fragilize a economia brasileira.
    Para Mantega, o Brasil é respeitado, é um país que saiu da retaguarda do desenvolvimento para ocupar um lugar de vanguarda.

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