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quarta-feira, 27 de abril de 2011

Mulher que cobrou Dilma ganha uma bolsa aluguel

A moradora de São Bernardo Eliane dos Santos Silva, 39, que invandiu o Salão Nobre do Palácio do Planalto e tentou entrar no gabinete da presidente Dilma Rousseff (PT) na segunda-feira será beneficiada por seis meses com o Programa Renda Abrigo, no valor de R$ 315 mensais, além de inscrição nos programas Bolsa Família, do governo federal, e no Renda Suplementar, municipal, com subsídio a partir de R$ 70. Ela e os filhos serão acompanhados e orientados pela Sedesc (Secretaria de Desenvolvimento Social e Cidadania).
Na Capital Federal, ela protestou pela falta de moradia em São Bernardo e criticou o prefeito Luiz Marinho (PT) pelo deficit habitacional. Apesar de ganhar o benefício da Prefeitura para alugar uma casa, Eliane não se enquadra nas situações previstas na lei municipal nº 5.617/2006, que prevê o repasse nos casos de proprietários de imóveis atingidos por catástrofes ou interditados pela Defesa Civil, por terem sofrido inundações, riscos geotécnicos e outros riscos à vida. Para receber o subsídio, os munícipes têm de ser cadastrados na Prefeitura e morar em Zeis (Zonas Especiais de Interesse Social). Não são os casos da manifestante. Mas a Prefeitura decidiu, conforme as palavras da secretária da Sedesc, Márcia Barral, que ontem recebeu Eliane, "abrir exceção na lei e atrelá-la no Renda Abrigo".
Ao contrário das críticas feitas a Marinho na Capital do País, a munícipe mudou o discurso e contou ontem que "não tem o que falar de negativo do prefeito".
Sem moradia fixa, por ter sido despejada pela ex-sogra, após separar do marido, ela disse que iria passar a noite de ontem na casa de uma colega e procurar uma residência para alugar na sequência.
Eliane é diarista e se separou há pouco tempo. Morou algum tempo com a ex-sogra, mas, ao entrar com processo exigindo a pensão dos três filhos (de 2, 8 e 10 anos), teve de deixar a casa em que morava de favor.
Eliane foi a Brasília duas vezes nas últimas semanas. A primeira ocorreu no dia 18. "Fui de ônibus. Uma pessoa de lá, um segurança particular da Dilma, fez um intermediário aqui (em São Bernardo, mas não disse quem). Conheci o segurança, mas não tive resultado (em falar com a presidente). Uma pessoa passava para outra."
Sem êxito, voltou para São Bernardo encaminhada pelo próprio governo federal. Foi atendida pela equipe da Sedesc, que ofereceu a opção de encaminhá-la para o Paraná, morar com a mãe. Eliane deixou os dois filhos maiores no outro Estado e com o filho mais novo resolveu retornar para Brasília, agora de carona, chegando no domingo. "Conversei com o assessor da Dilma e também não tive êxito. Foi quando fiquei revoltada e subi (a rampa e aos gritos tentou falar com a presidente)."
Ela negou qualquer tipo de ligação com políticos ou que seja filiada a algum partido. Também disse que não recebeu dinheiro para as viagens. Relatou que um dos filhos tem problema cardíaco. Disse que vai à Câmara de São Bernardo corriqueiramente para pedir transporte para levar a criança ao médico.

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