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A reportagem esteve na Via do Rosário, onde a terra foi depositada, e
constatou pedaços de estruturas semelhantes a tecidos ósseos, uma delas
removida da terra naquele instante por um morador. Roupas, flores
artificiais e vasos também estavam misturados à terra avermelhada.No cemitério, o G1 encontrou uma escavação com materiais semelhantes a partes de esqueletos humanos presos à terra. A Prefeitura confirmou a remoção de entulho de uma obra para construção de túmulos e também o descarte na Via do Rosário, mas negou a existência dos restos mortais.
A faxineira Marlene Ferreira de Souza, de 54 anos, foi uma das primeiras moradoras do distrito a denunciar o caso. “Eu vi os caminhões saindo do cemitério e jogando a terra aqui, aí já começou o comentário de que tinha pedaço de caixão e osso misturado”, contou. “Vim correndo ver. Se eu descubro que o meu ‘Zezão’ está aqui, não vou deixar barato”, comentou a moradora, preocupada com a possibilidade de que despojos do marido José Paulino, morto há cinco anos, tenham sido retirados do túmulo durante a escavação.
Marlene separa possíveis despojos
mortais (Foto: Clayton Castelani/ G1)
Marlene escavou com as mãos nuas os montes terrosos à procura de
indícios que confirmassem a sua denúncia. Recolheu gravatas, calça,
camisa, flores e véus, além de segurar pedaços das supostas ossadas
previamente recolhidos. “Não tenho medo, lavo as mãos com álcool
depois.”mortais (Foto: Clayton Castelani/ G1)
O estudante Maycon Vinicius Rodrigues da Silva, de 15 anos, persistiu em confirmar o depoimento dos moradores: escalou um dos montes e, no topo, desenterrou mais uma parte do que seria um osso longo. “Agora tem pouco, mas o carro da Prefeitura veio aqui e recolheu pedaço de osso e resto de caixão, tinha um monte.”
Rosangela da Silva, de 42 anos, mãe de Maycon, confirma a declaração do filho. “Eu vi que era coisa de cemitério porque meu outro menino, de 4 anos, pegou um crucifixo na mão”, disse. “Fiquei com medo de doença, mas não tem jeito, criança mexe em tudo.”
em Ribeirão Preto (Foto: Clayton Castelani/ G1)
PolíciaA Polícia Militar informou que não havia sido procurada pelos denunciantes e, por isso, não foi até o local.
Assim como a PM, a Polícia Civil comunicou que só poderá iniciar uma investigação quando o caso for comunicado por um morador.
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