Médica suspeita de mortes no Hospital
Evangélico, em Curitiba, está presa desde
terça-feira (19) (Foto: Reprodução/RPCTV)
A Polícia Civil afirmou neste sábado (23) que ficou esclarecido,
segundo a delegada do Núcleo de Repressão aos Crimes Contra a Saúde
(Nucrisa), Paula Brisola, que a médica
Virgínia Soares Souza, presa na terça-feira (19) suspeita de definir
quais pacientes seriam mortos dentro da Unidade de Terapia Intensiva
(UTI) do Hospital Evangélico de Curitiba, exercia a função de diretora
da UTI, porém, como ela não é intensivista, outro médico assinava por
ela como chefe da unidade.Evangélico, em Curitiba, está presa desde
terça-feira (19) (Foto: Reprodução/RPCTV)
O advogado de defesa da médica, Elias Mattar Assad, disse ao G1 que o outro médico assina como responsável técnico do setor e que a médica Virgínia Soares Souza assina como chefe da UTI Geral. Ele ainda informou que, quando ela começou a carreira, não havia a necessidade da especialidade para atuar na Unidade de Terapia Intensiva.
A polícia cumpriu neste sábado quatro mandados de prisão relacionados às mortes na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Geral do Hospital Evangélico, em Curitiba. Três médicos já foram detidos. Segundo a Secretaria de Segurança Pública do estado do Paraná, os mandados são contra profissionais que trabalhavam no departamento diretamente com a médica Virgínia Soares Souza. Como o inquérito tramita em caráter sigiloso, a polícia não divulgou detalhes da prisão. De acordo com a Polícia Civil, um médico está foragido.
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Trechos de gravações do depoimento prestado pela médica foram obtidos com exclusividade pela RPC TV. Nas transcrições, ela afirma que foi mal interpretada por falas como "Quero desentulhar a UTI que está me dando coceira". A frase teria sido dita pela médica, mas a origem da gravação não foi informada pela polícia.
O advogado de defesa da médica afirmou que não há provas contra a médica e que cada um dos detidos neste sábado possui advogado e que eles devem unificar a defesa para trabalharem juntos. Ainda segundo Assad, o fato de a polícia manter o caso sob sigilo é reflexo desta falta de provas alegada, razão pela qual ele irá pedir a abertura do processo para a população.
A médica divulgou um manifesto público, na sexta-feira, no qual afirma que a medicina está em risco no Brasil. “O livre exercício da medicina está em risco no Brasil”, diz trecho do documento. Ela afirma que se o modelo de investigação da polícia paranaense obtiver êxito, qualquer morte em UTI poderá ser considerada imperícia ou mesmo homicídio qualificado. “A ciência médica não pode ser relativizada ou mesmo inviabilizada no seu livre e ético exercício, pelos altos riscos a que doravante estarão expostos os seus profissionais”, diz outra parte do manifesto. O texto ainda classifica a investigação como “o maior erro investigativo e midiático da nossa história”.
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