Sítios e chácaras do interior de São Paulo viram escritório do tráfico
De acordo com a polícia, carregamentos de drogas que vêm dos países vizinhos são escondidos em propriedades rurais do interior paulista.
A maconha estava escondida em buracos cavados na terra. Seis pessoas foram presas. Entre elas, estava Sidney, considerado um dos maiores traficantes do estado de São Paulo. Carros e caminhões também foram apreendidos.
As investigações mostram que as quadrilhas estão mudando de estratégia para tentar driblar a policia. De acordo com a polícia, carregamentos de drogas que vêm dos países vizinhos são escondidos em propriedades rurais do interior de São Paulo antes de seguiram para as maiores cidades brasileiras.
Para a polícia, uma das explicações para os traficantes atuarem no interior paulista é a facilidade de rotas. O contrabando que vem da Bolívia e do Paraguai entra no país pelas fronteiras de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Paraná. Depois, por estradas secundárias, as mercadorias chegam a São Paulo, estado servido por rodovias que ligam as regiões Centro-Oeste e Sul à maior cidade do Brasil e ao Rio de Janeiro.
Nos últimos meses, a polícia já encontrou sete locais na zona rural que funcionavam como escritório do crime organizado. Em Gália, a polícia apreendeu crack, maconha, haxixe e pasta base de cocaína escondidos em tambores enterrados em uma chácara. Junto com a droga, foram encontrados revólveres e pistolas automáticas. O traficante foi preso.
Em Areiópolis, uma fábrica clandestina de cigarros funcionava em uma fazenda. O local tinha câmeras de monitoramento, e o cultivo de pepino era usado como fachada. No galpão havia grande estoque de fumo e centenas de caixas com inscrição em espanhol. Os cinco criminosos presos falsificavam também selos da Receita Federal. Toda a produção era distribuída no Nordeste. Máquinas avaliadas em R$ 5 milhões foram apreendidas.
“Na zona rural, nós temos menos pessoas e menos movimento. Então, se você dá uma aparência de normalidade em um sítio, não chama absolutamente a atenção, inclusive porque os vizinhos estão distantes. Com isso, dificulta uma denúncia sobre um local que esteja guardando droga ou desenvolvendo tráfico”, afirma o delegado seccional Marcos Mourão.
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