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terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

A gente está entregue’ diz homem que teve farmácia assaltada 42 vezes

Roubos se intensificaram nos últimos 10 anos no bairro Boa Vista, em Curitiba.
Mesmo com o número elevado, proprietário se nega a vender estabelecimento.

Fernando Castro Do G1 PR

Farmácia foi assaltada 42 vezes (Foto: VC no G1) 
Câmera de segurança mostra um dos assaltos
à farmácia (Foto: VC no G1)
Há 30 anos o empresário Júlio César de Marchi, de 55, possui uma farmácia no Boa Vista, em Curitiba. Neste período, ele conta que teve o estabelecimento assalto por 42 vezes, quase sempre com o mesmo procedimento, e sempre por pessoas diferentes. Ele reclama que os roubos trazem insegurança ao negócio, à vizinhança e também à própria família.
“Isso é um esquema bem preparado. Tem um ‘cabeça’ dentro do carro, e outros dois entram na farmácia”, contou Marchi ao G1. Ele diz que na maioria das vezes o roubo é rápido, mas que já houve uma situação em que levou um tiro no braço quando o assaltante ficou nervoso. “Eles chegam e metem o revólver, você percebe que estão sob efeito de drogas”, relata Marchi.
O empresário diz que a situação piorou nos últimos 10 anos, de forma que uma das providências tomadas foi a instalação de uma câmera de segurança. O aparato, no entanto, serviu apenas para registrar os roubos, os quais causam prejuízo em torno de R$ 500 por ocasião. “Já fiz de tudo, não sei mais sei o que fazer. Coloquei segurança também, mas eles sabem que o segurança não pode trabalhar armado, com a arma na mão eles são autoridade”, lamenta.
Já fiz de tudo, não sei mais o que fazer"
Julio César, dono da farmácia
Além da preocupação com o negócio, Marchi enfrenta o problema da segurança da família, já que a filha farmacêutica e a esposa também trabalham no local. Ele conta que já pensou em vender a farmácia, mas que na realidade considera essa hipótese absurda. “Coloca minha família em risco, mas desfazer assim do comércio, do nosso meio de vida por causa de assalto é absurdo. Você paga impostos e não tem garantia de segurança”, reclama o empresário.
Registrados
Marchi conta que os 42 roubos foram registrados em Boletins de Ocorrência, mas lamenta que a ação policial não seja efetiva para coibir estas situações. “Para eles isso é tão corriqueiro. Quando o atendimento é feito rapidamente, leva pelo menos 15 minutos, e quando chegam se limitar a fazer questionamentos. Nunca dão retorno”.
A reportagem conversou com o capitão Francisco, da Polícia Militar, que participou de algumas ações de policiamento na região. Ele reconhece que a região é complicada e que a PM enfrenta dificuldades no patrulhamento do local. “No final do ano passado, uma viatura nossa fazia o policiamento na praça em frente à farmácia e meia hora depois que saiu a viatura eles foram roubados”, afirmou.
Questionado se o policiamento não deveria ser reforçado naquela área em específico, o capitão destacou que outros lugares do bairro também precisam de patrulhamento. “Temos que procurar atender ao interesse publico, não podemos deixar (o carro da polícia) em frente a um local”, respondeu.
O capitão diz que a PM tenta contornar a situação com estudos sobre os horários de maior incidência de problemas, e o aumento de policiais nas ruas. “Dentro dos meios que a gente têm, estamos tentando ajudar da melhor forma possível. Nós conseguimos até reduzir o índice de roubos ao comércio da região”, explicou o policial.

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