Esperanças de uma vida promissora atraíram Osmar Luiz Hahn a morar com dois dos irmãos em Blumenau. Há dois anos, trocou a cidade de Planalto, no Sudoeste do Paraná, na fronteira com a Argentina, pelo Vale do Itajaí. Trabalhava em uma indústria têxtil e, como tinha condições financeiras, trocou a motocicleta de 125 cilindradas por uma de 250. Com a nova, sofreu três acidentes e precisou colocar platina em um dos braços. No quarto, ocorrido na madrugada de ontem, no km 65 da BR-470, morreu, aos 20 anos. Na queda, foi atingido por um caminhão, que não parou para prestar socorro. A morte de Osmar foi a centésima registrada na rodovia neste ano.
A mãe, Íria Lucena Hahn, lembra que o filho adorava estar sobre duas rodas. Aos 18 anos, ele comprou a primeira moto. “Tinha muito medo do que pudesse acontecer”, conta a mãe.
O corpo do rapaz foi levado para a cidade natal, onde será enterrado hoje à tarde. Osmar era o mais novo de sete filhos.
A morte de número cem entra para a cruel estatística da BR-470 no momento em que enfraqueceram as esperanças pela rapidez da duplicação da rodovia.
Quarta-feira, os representantes da Associação Empresarial de Blumenau (Acib), Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), Intersindical Patronal e Associação de Micro e Pequenas Empresas de Blumenau (Ampe) assinaram uma carta de pedidos do Vale endereçada à senadora Ideli Salvatti, que acabara de assumir a relatoria-geral do Orçamento da União para o próximo ano.
O principal pedido: a duplicação da BR-470. Mas a recusa ao cargo, feita ontem por Ideli para assumir o Ministério da Pesca do próximo governo, desanimou os empresários. A relatoria será assumida agora pela senadora Serys Slhessarenko, eleita pelo Mato Grosso.
“Perdemos a grande oportunidade de ter uma representante direta na distribuição dos recursos federais para as nossas prioridades”, diz o presidente da Ampe, Amarildo Ramos.
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