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quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Paraná tem baixo investimento em segurança

Os investimentos em segurança no Paraná são considerados baixos em relação a outros estados brasileiros. Consequentemente, o Estado prende menos traficantes e tem uma das maiores taxas de crescimento de homicídios dolosos do Brasil. É o que se conclui ao analisar as 100 páginas do Anuário do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, lançado ontem em São Paulo.

Os dados do anuário são compostos por números da Secretaria Nacional de Segurança Pública do Ministério da Justiça, Secretarias Estaduais de Segurança Pública e Defesa Social, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e do Ministério da Saúde/Datasus.

Em 2003, União, Estados, Distrito Federal e municípios gastaram aproximadamente R$ 22,5 bilhões com segurança. Em 2009, o número passou dos R$ 47,6 bilhões.
Para Renato Sérgio de Lima, secretário geral do Fórum, os números são altos, mas não estão surtindo efeito. "É uma quantia alta, e indica que o Brasil está tratando do problema. A questão não é mais saber se falta dinheiro para a segurança pública, mas sim como esse gasto está sendo feito", ressalta.

Entre 2008 e 2009 no Paraná, o investimento em policiamento aumentou em 4,46%, com a aplicação de R$ 1,075 bilhão. Essa taxa de crescimento só é menor que a do Mato Grosso do Sul (1,42%).
O mesmo vale para o investimento na Defesa Civil, que foi o menor do País (2,41%, correspondente a R$ 102,2 milhões. No ano passado, 6,1% das despesas gerais do Estado eram com segurança pública. O Paraná só fica atrás do Piauí, que destinou 5% da verba, e do Distrito Federal, que destinou menos de 2%.


Criminalidade

Os índices de violência do Paraná foram comparados entre os 12 estados que possuem bons sistemas de informação, capazes de descrever a realidade. Os paranaenses ficam atrás apenas dos mato-grossenses no ranking dos estados com maior crescimento na taxa de homicídios dolosos.
No Paraná, a taxa foi de 9,2%, enquanto no Mato Grosso foi de 16,9%. A maior queda na taxa de homicídios no Brasil foi em Minas Gerais. A taxa de latrocínios no Paraná, em 2009, caiu 10,8%. Em contrapartida, no mesmo ano, o estado registrou o maior número do País em casos de morte a serem esclarecidas (2.213).

Quanto às prisões, o Paraná também passa vergonha. Foi o Estado que teve menos prisões por porte ilegal de arma de fogo (200) em 2009 e menos prisões por tráfico (269, sendo que o penúltimo colocado, Mato Grosso do Sul, prendeu mais de 930 pessoas).

O Paraná é ainda o quarto estado com maior população carcerária (22.166 em 2009), mas tem a menor taxa de presos provisórios no sistema penitenciário (14,4%).
Com dados referentes a 2007, duas cidades paraenses ainda figuram na lista das 27 que estão com o índice de vulnerabilidade juvenil à violência muito alto: Foz do Iguaçu (0,55) e Toledo (0,50).
"A grande vitória foi interromper um ciclo de crescimento de violência. Em períodos passados, o crime só aumentava, agora se manteve. Porém, não conseguimos ainda reverter o quadro", lembra Renato

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