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terça-feira, 14 de junho de 2011

  • Suplente de Gleisi Hoffmann está envolvido em denúncia de fraude na Assembleia do PR


  • Sérgio Souza (PMDB) é investigado por fraudes pela Polícia Federal



  • Divulgação

    Sérgio Souza assume lugar de Gleisi Hoffmann sob suspeita de participar de esquema de fraude

    OGLOBO

    O suplente da senadora Gleisi Hoffmann, Sérgio Souza (PMDB-PR), que toma posse nesta terça-feira, em Brasília, é investigado na "Operação Gafanhoto", deflagrada em 2008 pela Polícia Federal, que investiga fraudes na Assembleia Legislativa do Paraná (Alep).

    Souza foi assessor de gabinete do ex-governador do Paraná, Orlando Pessuti (PMDB), durante os nove meses em que ele esteve à frente do Palácio Iguaçu. Antes, ocupara também por 15 anos, o cargo de assessor de Pessuti, quando este era deputado estadual. O futuro senador é acusado de receber o salário da mãe no período em que ela foi assessora da Alep.

    A operação da PF investiga, desde 2008, suspeitas de fraudes no recebimento de salários de funcionários e ex-funcionários da Alep que teriam ocorrido, principalmente, entre 2001 e 2004. Os salários eram depositados nas contas de funcionários fantasmas, que recebiam, mas não trabalhavam, ou de laranjas - servidores que recebiam o salário, mas devolviam parte dos vencimentos aos deputados.

    Nesta segunda-feira, na véspera de viajar para Brasília, Souza disse não ter conhecimento de que seu nome estava envolvido no esquema, mas admitiu que recebia em sua conta o salário da mãe, Erotildes Matias de Souza, de 62 anos.

    - Isso é verdade, minha mãe realmente foi funcionária por uns seis meses e o salário ficou na minha conta, porque minha mãe nunca teve conta bancária, e não tem até hoje. Naquele momento foi essa a solução que nós achamos.

    Segundo Souza, sua mãe realizava trabalhos como assessora parlamentar em Ivaiporã (PR), um dos municípios onde Pessuti tinha representação política. A principal tarefa de Erotildes, de acordo com ele, estaria ligada à assistência so-
    cial.

    - Ela foi uma assessora política que trabalhava fora do gabinete, como é comum em todo o Brasil. O escritório político de Pessuti, em Ivaiporã, no entanto, nega que Erotildes, que é moradora do município, tenha comparecido para trabalhar no período em que foi funcionária comissionada.

    Em entrevista à rádio CBN de Curitiba nesta segunda-feira pela manhã, o ex-governador Orlando Pessuti rebateu as denúncias de que Souza e sua mãe seriam "gafanhotos".

    - Ele (Souza) não é gafanhoto, não se apropriou do salário da sua mãe. Ela (Erotildes) não era assessora fantasma. Ela nunca trabalhou diretamente na Assembleia, mas sim vinculada à nossa ação parlamentar.

    A indicação para que Souza compusesse a chapa de Gleisi Hoffmann ao Senado durante as eleições de 21010 partiu de Pessuti, no 'acordão' para que desistisse de disputar a eleição para o governo. Advogado, Souza tem 40 anos e é sócio do filho de Pessuti em um escritório de advocacia.

    Pelo microblog twitter, o senador Roberto Requião (PMDB-PR), que será colega de bancada de Sérgio Souza no Senado Federal, rebateu acusações de Pessuti de que ele estaria por trás da matéria publicada pela revista 'Veja' neste fim de semana. Às 10h15 da manhã desta segunda-feira, ele postou:

    "Não vou entrar em discussão com o gafanhoto-chefe, nem com mamãe -gafanhota e seu piá. Eles que se expliquem!", disse Requião.

    Minutos antes, Requião havia feito outras duas postagens:

    "Prestígio de Pessuti agora é nacional, pela segunda vez sai na Veja. É a glória! Não quero saber desta gente. Demiti o Sérgio do governo. Pergunte ao Pessuti o porquê".

    A "Operação Gafanhoto" investiga cerca de 400 funcionários e ex-funcionários da Assembleia do Paraná e ainda cerca de 23 parlamentares e ex parlamentares. Entre eles, o prefeito de Curitiba, Luciano Ducci (PSB), o ex governador Orlando Pessuti, o prefeito de Londrina, Barbosa Neto e o atual conselheiro do Tribunal de Contas do Estado, Hermas Brandão. Com a posse de Sérgio Souza, a bancada do PMDB, que já era a maior do Senado, passa a ter 20 parlamentares contra 14 do PT (que tinha 15 contando com Gleisi).
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