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quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Justiça solta bombeiro suspeito de cometer assassinatos em série

Ex-comandante dos bombeiros é suspeito de matar usuários de drogas no Paraná em vingança à morte do filho. Ele diz ser inocente

O ex-comandante do Corpo de Bombeiros do Paraná, coronel Jorge Luiz Thais Martins, saiu pontualmente às 18h desta quarta-feira (16) do Comando do Corpo de Bombeiros, em Curitiba, onde estava preso há 19 dias, após ter sua prisão temporária decretada. A defesa obteve um habeas corpus concedido pelo Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR). O autor da decisão é o desembargador Campos Marques, da 1ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Paraná.
Martins é acusado de assassinar nove pessoas em cinco ocorrências da capital paranaense para vingar a morte do seu filho, morto por usuários de droga em 2009. Os crimes ocorreram entre 2010 e janeiro deste ano.

Foto: Divulgação Ampliar
O ex-comandante do Corpo de Bombeiros do Paraná, coronel Jorge Luiz Thaís Martins, em imagem de arquivo
Em rápida conversa com a imprensa, o coronel agradeceu à Deus e à Justiça pela sua liberdade. "Sou um homem de bem", resumiu. Dirigindo-se às famílias das vítimas dos crimes atribuídos até o momento a ele, Martins dise: "Essas pessoas sentiram o que eu também senti, e eu não quero isso para ninguém", afirmou ele.
O ex-comandante dos Bombeiros foi reconhecido por testemunhas que estavam nos locais na hora dos disparos, todos feitos no bairro Boqueirão, em pontos de encontro de usuários ou venda de droga. Martins nega a autoria. A maioria das vítimas era usuária de drogas.

O argumento da defesa do coronel para obter a libertação foi a "falta de utilidade" da prisão temporária (pelo período de 30 dias). "O coronel nunca foi intimado e já teve contra ele uma (prisão) temporária decretada. A prisão foi precipitada e sem fundamento", afirmou o advogado de defesa, Elias Matar Assad. De acordo com o advogado, não há indícios da autoria nem a relação entre os crimes está provada. "Hoje, o Ministério Público não tem sequer condições de oferecer denúncia contra o coronel. Não existem provas técnicas e mesmo os relatos merecem ser analisados tecnicamente", disse.
Os depoimentos de nove testemunhas dos crimes (não foi divulgado o número de quantas teriam efetivamente reconhecido o coronel) são colocados em dúvida pela defesa. "O caso e a acusação foram tornados públicos, o coronel apareceu na mídia e só depois foi feito o reconhecimento, que não tem validade jurídica", critica Matar Assad. "Os depoimentos se referem a descrições físicas diferentes do coronel e as testemunhas se referem a quatro automóveis diferentes do autor do crime, nenhum deles pertencente ao coronel", completa o advogado.

Durante esta semana, policiais militares que atenderam às ocorrências dos crimes suspeitos de estarem relacionados ao ex-comandante do Corpo de Bombeiros estão sendo ouvidos pela Delegacia de Homicídios de Curitiba. O segundo grupo de testemunhas que prestou depoimento à polícia, na semana passada, disse suspeitar que os policiais adulteraram cenas dos crimes.
O delegado responsável pelo inquérito, Cristiano Augusto Quintas dos Santos, ainda aguarda cinco laudos do Instituto de Criminalística para checar se pode ter havido adulteração dos locais dos assassinatos.

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